sexta-feira, 19 de julho de 2013

Um ano de liberdade, mas ouvindo merda

De julho de 2012 a julho de 2013
Esse post é sobre o que decidi para meus cabelos e, também, sobre o que ouço e penso a respeito do que ouço sobre os atuais cabelos que carrego.

Há um ano, em 18 de julho de 2012, quando cortei meus cabelos bem curtinho decidi não mais pintá-los. Como me arrependi, meu Deus!!

Não, não de deixá-los brancos, mas de não assumi-los uns dez anos atrás ou quinze...

Comecei a ter cabelos brancos bem nova. Aos trinta e poucos anos eu já tinha bastante deles povoando minha cabeleira. E eles se destacavam dos demais, pois sempre tive os cabelos muito pretos.

No início da brancura eu usava henna e eles ficavam belíssimos: alguns cabelos meio dourados misturados aos milhões de pretos. Lindimais. Lembrando que a vida toda fui convencida no quesito cabelo, porque eles sempre foram lindos. Desculpaêê quem tem cabelo sem cor definida (branco é cor definida, ok?), sem balanço e sem brilho. Nunca foi meu caso (sim, tenho cinco anos... hehehe)

Mas logo os branquinhos foram ganhando espaço e henna não resolvia mais nada. Foi quando começou a maior indecência de minha vida: tinta nos cabelos. Isso não é coisa de Deus!!!

Não há nesse mundo de meu Deus nada pior que pintar cabelos. Ahhh, há sim: fazer sobrancelhas com pinça. Esqueci dessa outra merda. Depilo corpo todo - incluindo as sobrancelhas - mas não quero pintar cabelos. E por mais de quinze anos eu vivi esse inferno: comprar tinta, achar alguém para fazer isso ou eu mesma me aventurar nessa saga. Comigo ainda tinha um porém: não me contentava com tinta qualquer. É que fiquei pobre, mas não fiquei burra, tão me entendendo?

Aqui em casa quando falei em deixar de pintar os cabelos houve uma ligeira e clara rejeição por parte das minhas meninas. Hoje não, hoje Laurinha e Marininha continuam me amando e me admirando e achando que tô bem. Apesar dos aiiiiii mãe, não quero, ai mamita, vai ficar feio e mimimis, liguei nada para elas. A decisão era só minha mesmo. E fiquei matutando essa ideia por um bom tempo: cerca de um ano.

Eis que na noite de 18 de julho de 2012 eu cortei minha juba bem curtinha com essa finalidade: deixar tudo branquinho.

Me dei bem com essa decisão desde o início. Mas como não sou radical eu dizia: vou deixar branco, por enquanto, se eu não gostar, pinto de novo. No fundo eu sabia que ia gostar.

Nunca tive medo de me parecer velha diante dos outros. Nunca me preocupei muito com as opiniões alheias.

Geeeeeenteeeeeee, eu me casei de óóóóóculos em 1979. Cês têm ideia do que foi esse evento? E caguei geral pro povo que torceu nariz para mim. A mim, me bastava saber que o então, maior interessado no casório, não se importava. E ele me deu maior força. Obrigada, Dedé... sempre!!

Então, deixar cabelo branco sem tinta seria fichinha para mim. Foi fichinha. O que pegou mesmo não foi o que o outro pensava, mas o que o outro falava. O outro não, né? As outras. Bicho estranho é mulher. Owww!!! Cada merda que ouvi e ouço ainda que dá para organizar um compêndio: como reagir às opiniões nada a ver de mulheres babacas.

Cabelo branco jamais vai representar, para mim, velhice. Velhice é outra coisa. Enquanto eu tiver o coração jovem (soou brega, hahahah mas juro que tenho) e a mente aberta para mudanças eu vou me sentir jovem. E dar risadas de quem me critica e se prende a um pacote de tinta se achando mais bonita e moderna.

O mais engraçado de tudo que ouço são frases iguais ou similares a esta: "por que você não faz como eu e pinta os seus cabelos, eu uso essa tintazzzzzzz." Dependendo de minha disposição eu pergunto: "mas você jura que tem tinta para cabelos?" ou apenas olho aquele cabelo horroroso com um feixe branco no centro, sem vida, sem brilho, sem balança e rio, internamente. Ou não hahahaha...

Nessas horas eu não sou velha nada, eu fico, inclusive, com cinco anos porque só sei pensar: "enquanto seu cabelo tá pintado e feio o meu tá sem tinta, com brilho, com volume e lindo."

E viva os cabelos sem tintura e sem essa ditadura imposta pela sociedade. Às minhas amigas eu recomendo o abandono das tinturas e a liberdade. Àquelas que desejam continuar pintando dou maior apoio, mas recomendo uma coisinha: se for para me criticar traga seu cabelo muito bem pintado e, de preferência, bonito.

Um comentário:

Helô disse...

Como é que você demorou tanto tempo pra deixar de pintar? Demorou o tempo certo. Se tivesse deixado antes, talvez tivesse voltado pra tinta e hoje não teria essa belezura cobrindo o côco.