Sempre gostei de ficar só. Achava leve e ansiava por ficar sem ninguém por perto de vez em quando. Necessidade absurda de ter uma casa só pra mim. E rir, respirar, chorar, conversar sozinha... sem nenhuma espécie de olhar crítico, de reprimendas, de solicitações.
O ficar só sempre foi precioso para mim. A solidão, não; a solidão sempre foi ruim e muitas vezes aparecia quando tinha gente por perto.
Agora vivo só e estou achando muito pesado cuidar só de mim. É como se houvesse cinquenta e cinco Rosanas gritando por atenção. Tem a que quer ler; a que quer comer fora de hora; a que quer conversar e discutir a relação; a que precisa trabalhar e estudar; a que coloca o relógio para despertar em quinze minutos prum cochilo rápido; a que necessita arrumar a casa e lavar as roupas; a que quer ficar na internet vadiando; a que não quer deixar nada fora do lugar; a que... Tá muito cansativo isso!!!! E solitário...
A casa não diminuiu e as necessidades das habitantes aumentaram... num grau que não estou conseguindo lidar.
Talvez eu leve mais tempo do que imaginei para me adaptar a cuidar só de mim e colocar cada uma das Rosanas voluntariosas em seu devido lugar e mostrar quem é mesmo dona dessa banca.
Cuidar de mim sozinha não tem sido nada fácil. Essas inúmeras Rosanas, cheias de solicitações absurdamente urgentes, têm me levado para a solidão e estão me impedindo de ficar só do jeito que gosto e preciso.
Tá fácil não!!!
Um comentário:
Minha amiga, tem muita Rosana dando pitaco no pedaço. Guarde algumas e faça um rodízio.
Tomara você consiga.
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