domingo, 14 de abril de 2013

Do livro do pai de Amy


Relógio nada a ver né? Aproveitando arquivo.

Amei Amy pela voz. Da Amy figura eu não gostava, quis nem saber quando vi primeira vez, deixava passar as notícias todas com bastante desinteresse, meio que só com um: "aquela do cabelo doidão".

Ano e mês que conheci as duas características de Amy não me recordo quais foram; mas da emoção que senti em ouvir aquela voz, pela primeira vez, me recordo bem... e da certeza de que amando a voz eu aceitaria aquela figura, aquela aparência. E torceria por ela. Virou ídolo pra mim!!

Foi então que tudo que dizia respeito à Amy passou a me interessar e as músicas todas... Foi assim que Amy virou minha companhia em muitos dias de senzala. Ainda é. Minha paixão maior nessa seara continua sendo Almir Sater, mas Amy tem seu lugar cativo, também.

E aí comprei o DVD "Amy Winehouse - Live in London" e passei a ouvir/ver exaustivamente. Tanto que quando Amy morreu o único DVD que estava fora do lugar onde guardo todos, era o dela. Tava ali, ao alcance das mãos para qualquer hora. Para toda hora. Que voz!! Que jeito mais desengonçado e lindo de "dançar". Que emoção!!

E que tristeza profunda me deu quando Amy morreu. Sabe vontade de ouvir uma nota extraordinária: "Amy não morreru??"

E eis que o pai de Amy lança um livro sobre ela. Quis logo ter o meu. Curiosa para saber as impressões todas que ele tinha sobre a filha, o que dizia sobre os vícios, amores e morte.

Não li nada a respeito do livro. Digo das críticas. Só quis comprar. Aliás, não gosto de ler muito a respeito de qualquer livro quando quero tê-lo. Comigo acontece assim: alguma nota, entrevista me chamam a atenção e, pronto: compro. Quando posso, claro. Não fico "googlando" sobre obra e autor. Portanto, se leitora desse blog eu fosse, nem tchum pra este post.

Comecei a ler o livro dia 15 de janeiro deste ano e em dois dias terminei. Ou seja, este post está mais ou menos rascunhado desde o dia 20 de janeiro. E hoje, 14 de abril, não mudei em nada minha opinião.

O teor do livro me incomodou do início ao fim. No início não acreditei muito nos elogios todos que o autor emitiu sobre a mãe de Amy. Se ela era tão perfeita, por que traí-la? Portanto, ele não me convenceu já no início do livro o que me fez torcer a cara para ele. Sim, sou parcial quando leio qualquer livro que não é relacionado a trabalho. Sou parcial porque posso. E nessa de já não simpatizar muito com o autor percebi que o sr. Mitch só soube dizer, quase o tempo todo: eu, eu, eu, eu, eu, eu... E eu, Rosana, com vontade de saber de Amy fiquei sabendo, muito sem querer, mais dos sentimentos daquele pai do que dela.

Sempre fiquei intrigada com quem fala do sofrimento de um ente querido se sentindo o coitado, o mais sofrido. AlôôÔ!! Tudo bem, é muito triste ver quem amamos sofrer. Mas o sofrimento maior é sempre de quem passa pela penúria em questão. Não há comparação. Não há!!!

E o Sr. Mitch deixou de falar dela para falar dele. Coitado!!! E eu, coitada de mim, fiquei muito, mas muito decepcionada com o livro. Porque li sobre a frustração de um pai. Um pai decepcionado com a filha e sem saber o que fazer por ela, um pai que culpa, quase que o tempo todo, o ex-marido Blake "que supostamente levou Amy à ruína" - outro sofrido e viciado - por tudo de ruim que Amy passou.

Li sobre um pai perdido que sempre se achava cansado, sem rumo e precisando de "sossego". Odeio ouvir ou ler alguém dizer o tempo todo: estou cansado, preciso descansar, não tenho sossego. É o que mais odeio em mim, inclusive.  Ãhãnnn, reconheço que tenho esse ponto negativo. Mas me isento em relação a essa questão de comparar meu sofrimento com sofrimento de filhas quando sei que elas sofrem. Esse defeito não tenho não.

Mas enfim... depois de malhar o livro e me decepcionar bastante e de ficar nessa vontade de postar aqui, talvez hoje eu termine o post que resultou em algo que não sei o que é: não é uma crítica literária, não é resumo do livro... É um texto sem sentido.

Como sem sentido foi esse livro pra mim. Mas calma lá: há sentido na vida de um pai que vê a filha amada morrer aos poucos e não consegue impedir? Não... não há... E há sentido na crítica que faço dele? Também não há.

Afinal, fragmento algum do livro afirmava que o autor tivesse intenção de dizer outra coisa do que disse. Eu que avaliei um produto erroneamente... antes de usar. E não gostei!

E assim continuo ouvindo, vendo e querendo saber cada vez mais sobre Amy. Continuo numa expectativa de ler algo que eu goste... mas que não sei, exatamente, o quê. Se fico assim, dirá o pai de Amy...


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