terça-feira, 6 de julho de 2010

"P"edro Augusto: nada mais contraditório

imagem daqui
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Não foi por falta de insistência da madrinha de Pedro Augusto que ele não teve outro nome.
Por quase oito meses "Dinda" buzinava na orelha da irmã e mãe do afilhado: por que esse nome composto que nem combina tanto, comadre? Não seria melhor só Pedro ou só Augusto? Ou outra combinação. Pedro dá certo com Paulo; Augusto combina bem é com César. Agora Pedro Augusto? E olhe aqui os significados deles: pedra e sublime. Nada a ver; não há coerência, sintonia... Por que não escolhe só Augusto? É tão bonito e foge um pouco da mesmice de uma casa. Você é Pietra, papai é Pedro... muita pedra num lugar só", finalizava Dinda, rindo muito, que era pra descontrair um pouco.
Nem assim a irmã-comadre - firme feito pedra, com as opiniões que tinha - mudou de ideia. Tinha, aliás, sempre a resposta na ponta da língua: Pedro em homenagem ao nosso pai e a mim e Augusto em homenagem ao pai de Clementino.
Tá certo que a comadre, ao ouvir "Clementino", ficava até mais aliviada. Imagine só um neném se chamando Clementino Júnior?? Melhor deixar quieto!!
E o tempo foi passando.
Bordar nomes em qualquer peça de neném era um sacrifício. Fazer enfeites pra maternidade e para o quarto só com as iniciais ou sem elas; em tons azuis com detalhes específicos de menino, mais nada. Pois com o nome "direito", nada parecia suave, como deveriam ser as coisas próprias de bebês.
Apelido pro afilhado? Ali naquela casa? Era mais que proibido, a mãe teimosa já dizia: nome é pra ser falado direito, ele todo.
E o Clementino? Sorria e argumentava, com sua costumeira calma e bom senso: mais importante que nome é a essência do garoto, comadre; não ligo pra isso, penso que nomes não carregam nada além das letras, são detalhes, como são os olhos e os cabelos. O conjunto é que forma uma pessoa.
E assim Pedro Augusto foi batizado e registrado: pedra sublime.
Menino determinado, teimoso e muito inteligente vivia em constante atrito com a mãe, pois eram parecidíssimos em alguns aspectos. Numa possível briga de foice Pedro Augusto sempre deixava a mãe desarmada. De um momento para o outro ele se acalmava e, de forma grandiosa, dava vitória à mãe naquele entrevero, com um leve sorriso.
O conflito maior Pietra tinha consigo mesma ao constatar que viver ao lado de dois sujeitos sublimes era muito bom, mas com outra dela era duro feito pedra. ,

Eis que Pietra engravida novamente, chama sua irmã e pergunta: comadre, cadê aquele seu livro de significados de nomes, quero consultar o nome composto que escolhi pra minha filha. A comadre: composto, de novo? E Pietra: sim, mas agora bem combinadinhos... que tal Susana Regina?
Hãnnnn, combinadinho, Pietra???
Mas aí já é uma outra história...
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4 comentários:

Palmitos e Cogumelos disse...

Susana Regina doi mais que pedro augusto...

Rosana Tibúrcio disse...

Verdade, Carolzinha...rs

Camila de Souza disse...

Mas aí vem outra questão: e as Marias, Camilas, Brunas e afins?

Porque né, minha mãe nunca foi adepta ao nome composto. Mas não satisfeita com o "Souza", tinha que colocar um primeiro nome mais comum ainda.

Sendo assim, Susana Regina me cairia muito bem obrigada.

Rafael Freitas disse...

Tipo... Carlos Rafael combina???

rs