quarta-feira, 22 de abril de 2015

Por que não tenho falado de senzala...

Continuo amando 2015 porque faz parte do meu toc amar anos múltiplos de cinco. Mas esse também não tem sido um ano fácil.

Eu me propus a tirar férias em janeiro e foi um mês "de mim" muito doente. Que férias, meu Deus! Que férias!! E fevereiro, março, e agora abril, tem sido meses de esperança e recuperação da saúde. Mas meses de férias forçadas, também, sobretudo abril. Eu não tenho senzalado, minhas gentes; não porque quero ficar à toa, não porque me falta trabalho. Muito pelo contrário! Precisei dizer não para muita gente que me procurou. Acabei de dizer outro "não posso" agora, às 10h30 do dia 22 de abril de 2015, hora que inicio esse, provável, testamento.

Minha história começou assim: nasci no dia 16 de novembro de 1955 hahahaha no início desse ano uns exames indicaram que minha glicose estava elevadíssima. Vinha de um cansaço intenso, dores em todos os corpos - era como se eu tivesse mais de cinco corpos - um emagrecimento de dez quilos em menos de quinze dias, e tudo que é trem ruim. Eu, que nunca me liguei nesses números de glicose, sei quase tudo sobre, agora.

Então passei por uma médica, uma nutricionista e agora, quinze quilos mais magra (tô mei que ficando gostosa, minhas gentes), minha saúde tá uma maravilha. Só como capim (que amo), carne branca sem gordura (nunca gostei de gordura, essa etapa é fácil) arroz e pão integral (té que tô gostando) suco detox (que amo e chamo 'suco botox', porque ando cá pele e cabelos mais lindos de todos os tempos), faço bicicleta (que quase nunca cumpro o tempo determinado, única parte que me revelo mei sem-vergonha), e prossigo num emagrecimento, agora saudável e pretendido. A intensão é ficar com sessentinha, tal qual a idade que passarei a ter neste ano. Parabéns, para mim!!

Aí alguém pode me perguntar: por que então sem trabalhar se está bem de saúde? Minhas gentes, eis que a tal glicose atingiu meus olhos e ó, juro que pensei que ia ficar cega. Cheguei num desespero tão grande que ensaiei sair de um cômodo qualquer da casa e ir até meu quarto, onde fica meu telefone sem fio, pegá-lo e ligar para minha irmã. Affe, Rosaninha, que bosta de desespero é esse? Fazer algo tão simples assim? É que, minhas gentes, fiz isso de olhos fechados para saber se conseguiria repetir esse percurso ceguinha. Juro!!! E consegui. Palmas pra mim! Ah, um dos doutores riu disso. Graça nenhuma!!! 

Em meio a todo esse meu desespero, cadê que acho oftalmologista para me atender? Liguei para meio mundo, deixei a família louca e fui parar, no dia 10 de março, em Uberlândia. Se tenho convênio, e caro, me recuso a pagar uma consulta. Por isso a loucura foi maior. Em Uberlândia o Dr. gatíssissimo (tava ruim dos olhos, mas não cega) constatou que eu estava com catarata, que deveria fazer cirurgia, mas não antes da glicose ficar normal. Fiz 555 exames pré-operatórios, peguei uma receita de óculos de 555 graus - para perto - pois não sou rica, precisava trabalhar e mimimi. 

Voltei feliz, mandei fazer meus óculos novos lindos e recomecei o trabalho. Feito bala. Vai ser boUUUa desse tanto, minhas gentes!! Há anos não rendia tanto. Afinal, estava saudável - com auxílio de medicamento, claro, dos exercícios e da dieta - enxergando bem e ficando gostosa (essa parte é só zoeira, antes que alguém faça cara de deboche).

E a vida foi seguindo seu curso normal comigo na senzala, feliz e rendendo uma maravilha. Porém, há sempre um porém, eis que um dia qualquer meus óculos novos não estavam bons para perto, e os velhos muito melhores, mas nem por isso, bons. Fui ficando louca. Não conseguia trabalhar, nem ler, nem ver séries, nem colorir meu Jardim Secreto, nem nada. Tava feliz, mas num tava. Foi sofrido, minhas gentes. E lá fui eu atrás de médicos de novo. Queria outra avaliação que não a do Dr. de berlândia.

Depois de deixar meio mundo louco, incluindo meu genro e várias secretárias de oftalmos, fui parar, a semana passada, dia 15 de abril, em Patrocínio, num doutor lindão, maravilhoso, muito mais lindão do que o outro (desculpaê, minhas gentes, eu me empolguei) e competentíssimo que me disse: Rosana, seus "olhinhos", sim gente, olhinhos (vejam o nível de lindura do lindão) vão melhorar à medida que sua glicose baixar. Por enquanto, o médico diz, "não há o que fazer, eu não posso te receitar óculos a cada melhora, você só precisa esperar esse período para fazermos uns óculos definitivos e você voltar à rotina." E sim, tem catarata, diz o médico, "mas só vamos pensar em cirurgia bem depois" (e isso é assunto para outro post).

E assim estou, minhas gentes, de férias forçadas, com a saúde no lugar e presa ao tempo que preciso para essa melhora. Tá complicado. Sinto-me feliz, mas ansiosa. Eu preciso trabalhar.

Não vou dizer que estou odiando não trabalhar; seria mentira. Esse tempo todo me fez constatar o tanto que eu estava muito mais cansada que imaginei estar. Eu estava muito, mas muito exausta. Mas estou ansiosíssima porque eu não sou rica, né minhas gentes? Quem faz prestação de serviço tem que trabalhar. Se não trabalha, não sobrevive. Eu só sobrevivo porque tenho anjos me rodeando e isso também seria assunto para outro post.

Então agora é desjeitim: esperar meus olhinhos melhorarem e voltar à ativa. Enquanto isso faço esse post praticamente de olhos fechados com meus óculos antigos, coloro com meus óculos novos, tento ler com os dois óculos, vejo série com os óculos antigos, tento trabalhar qualquer coisinha mais urgente com os dois óculos e vou vivendo... 

Várias lições aprendi com essa minha saga 2014/2015 e vou enumerar algumas coisas que me veio à memória por agora. Isso pode ajudar vocês, meus amores. O rol não é taxativo (saudade Direito). Misturo nesse rol algumas coisas que tenho pensado também, a partir dessa minha inatividade.

1. Não coma açúcar pensando que esse produto pode adoçar sua vida amarga. Não vai adoçar e pode amargar futuramente.
2. Tome sorvete com moderação.
3. Aprenda a comer verduras e legumes. E coma. Todos os dias.
4. Faça uma atividade física. Sexo selvagem não vale, minhas gentes (hihihi ai que eu não presto).
5. Tenha óculos com cordinha para colocar no pescoço porque é chique benhê.
6. Entenda, antes de imitar, por que algumas pessoas colocam os óculos na ponta do nariz e olham por cima deles. Entenda, mas evite fazer o mesmo porque é muito feio.
7. Percebi com essa minha inatividade compulsória que as pessoas chatas na internet proliferam feito coelho, e que isso de implicar com quem colore, faz dublagem, coloca foto de criança no perfil no dia das crianças etc., é coisa de gente amarga, que não deve ter o que fazer e que precisa analisar sua própria vida em vez de implicar com o que alegra a vida do outro. Povim chato!!! 
8. Se eu já era chata com minha senzala antes da minha inatividade temporária fiquei ainda mais chata. No primeiro contato com cliente mandarei minha tabela de preços para evitar a gastura de pós 55 e-mails e telefonemas, sujeito dizer, assim que recebe minha tabela, que tá mal financeiramente. Pensando o quê? Que trabalho de graça ou a preço de banana?
9. Não pretendo  trabalhar mais para quem não é academicamente competente. E ponto.
10. Agradeça todos os dias àqueles que te ajudam e te acarinham sem medidas. No meu caso, agradeço: às minhas filhas e quase filhos (Laurinha, Marininha, Rafa e os irmãos das minhas meninas); aos meus poucos e bons amigos que têm acompanhado a minha saga; à Abadia (que juro, é quase uma entidade); ao meu ex-marido; aos meus familiares (afilhados, sobrinhos, irmãos, irmãs e pai). Seguramente eu tenho os melhores filhos, amigos, ajudante, ex-marido e família do MUNDO!
Graças a Deus!!!

Esse post é mais um registro para mim mesma, para daqui uns anos eu ler e pensar: passei por poucas e boas, de novo... e tô "firmona" na vida. 
É isso!!

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