Acabei de ler o livro do Lobão ontem. Não me recordo bem o dia que comecei a ler as 595 páginas de um livro que eu quis muito ler, que prometia muito, cujo final é sem final.
A impressão que tive é que Lobão não quis e não quer se revelar. Aliás, tenho a impressão que nem ele se conhece.
Há duas partes no livro: uma escrita por ele (identificada por capítulos) e a outra é resultado de uma pesquisa feita por Claudio Tognolli, que confesso minha ignorância, não sei quem é (parte identificada como "Lobão na mídia"). Mas então, o Lobão relata e não relata (muita coisa sem início e sem fim) a vida dele.
Sempre achei Lobão intrigante e não gostava dele. Atualmente, até simpatizo (ele se esforçou), mas não o acho mais tão intrigante. Lobão é confuso, e meio sacana. Parece que ele percebe bem a impressão que passa pra gente. É como se ele usasse uma capa que indicasse: há algo dentro dela. Abre-se a capa e não há quase nada. Ou, quem sabe - tomara - há outra capa a ser desvendada. Quem sabe, né??
Os relacionamentos dele são inacabados e sem início. Ele conheceu porrada de gente inteligente, importante, um absurdo, minhas gentes. Pessoas com as quais ele poderia e deveria ter aprendido muito, mas parece que não... Não há "liga" em nada, nem nos relacionamentos, entendem?
Assisti e li várias coisas que Lobão disse sobre o livro dele. Tenho ainda gravadas as entrevistas que ele deu à Marília Gabriela e ao Jô Soares. Guardei, exatamente, para rever depois da leitura. As duas entrevistas são bem melhores do que o livro, ressaltando que "ele" foi melhor nelas, não sinalizo o brilho dos entrevistadores, apesar deles terem sido brilhantes (sou fã e suspeita).
Bom, nessas entrevista ele disse que precisou retirar cerca de trezentas páginas do livro. Algo me diz que o que procurei na obra dele pode estar nessas páginas desprezadas. Por que, francamente? Ele não contou nada direito: nem dos fatos nem dos sentimentos. Continuo sem saber quem é Lobão.
A desorganização dele para contar histórias - apesar de depois do primeiro capítulo, ter uma ordem cronológica - é perceptível... e pode ser constatada num dos capítulos finais em que ele deveria escrever do jeito dele e, não no estilo "Lobão na mídia": com registros em tópicos. Uma bagunça!!!
Bom, finalizando a minha análise confusa, tal qual o autor e o livro, afirmo (posso estar errada, mas essa é a MINHA impressão) que ele é um desnorteado e demonstra "claramente" isso numa série de canções "diferentes", em que usa sempre as mesmas palavras: escuridão, chuva, solidão, vazio... e por aí...
Ainda bem que conheci e amo, "Me chama", antes de saber "quem de fato" é Lobão. E, mais, gosto da canção, por causa de Marina Lima, confesso.
Lobão, seu nome é escuridão. Não consegui enxergar grande coisa em sua obra não, tá? Desculpaêêêê...
Obs.: Comecei a ler "Paula" de Isabel Allende, livro que Carolzinha, minha amiga do OeP sugeriu. Já caiu no meu gosto. depois conto pra vocês.
8 comentários:
Rosana
Tinha muita curiosidade para ler este livro. Pelos seus comentários, não vou ler. Talvez deixe para ler o novo Nelson Motta sobre o Glauber. Talvez.
No mais, gosto de Me Chama por causa do João Gilberto.
Beijos.
César, o Lobão se irritou com o João porque ele retirou um fragmento do "me chama". Eu gosto menos com o João, mas gosto. Gosto até com o Lobão, na verdade, mas mais com Marina...
Quero muito ler o de Glauber também. Você leu "Vale tudo", no Nelson? É ótimo. Eu tenho, se quiser, te empresto.
Desculpe pela minha ignorância, mas nem tinha ouvido falar desse livro ainda. Pareceu interessante. Bjs e fik c Deus.
Tenho vontade de ler Paula de Isabel Allende.( a mãe escreveu o livro quando a filha estava em coma.)
O do lobão eu li um resumo e não gostei.
Sempre achei o Lobão meio dificil de se entender pelas músicas.
Acho que por isso nem me interessei pelo livro. Apesar que ando numa fase meio juvenil, se a Aninha fosse adolescente, iria adorar bater papo comigo!!! hahaha
Bjs
Nana, que estranho você não ter visto algo sobre. Ele tem dado muitas entrevistas.
Denise, é isso mesmo. Paula fala da filha, em coma, de Isabel Allende.
Karina, a Aninha é quem me salva desse amargor... hauahas
vi este livro e me deu vontade de comprar mas achei muito grande para uma biografia de um artista vivo.Ainda bem que antes de compar vim procurar resenhas na net.Parece que todo mundo que leu concorda que o livro é desorganizado.Agradeço por ter compartilhado suas impressoes!
cadernocolorido.blogspot.com
Confesso: tenho um certo preconceito com o Lobão. Que acaba de piorar!
(Eu tô de volta! êêêee!)
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