sábado, 30 de outubro de 2010

Trinta e sete graus, finalmente

Trinta e sete graus depois de uma semana de febre constante. Quem diria que um simples término de namoro iria causar tanto estrago? Logo ela, sempre tão dona de si e nunca presa a homem nenhum...
E nunca havia se sentido presa a ninguém mesmo e não seria aquele Zé Mané o motivo da febre altíssima de vários dias.
Mas vai explicar pras amigas que tinham sempre considerações não tão pedestres pra todo e qualquer sintoma de doença. É o que dá morar com fanáticas psicólogas da alma. Vivia de saco cheio das amigas que sempre viam além do real: “porque o corpo padece a dor da alma”... eram essas e outras frases similares que ouvia das companheiras de apartamento, entendidas da vida e do comportamento humano.
Onde estava com a cabeça quando decidiu morar com pessoas tão diferentes? Mas eram moças educadas, honestas, resolveu arriscar. Ainda bem que não eram fanáticas em política, futebol e religião, outros três temas dos quais ela sempre fugia...
Diagnóstico concluído, pelas amigas sabichonas, a respeito de sua febre, passaram a tratá-la com muita água, chazinho natural, carinho e antitérmico, esse só utilizado quando sua febre atingiu quase quarenta graus centígrados.
E pensar que agora ela deve sua vida ao Zé Mané de quem tomou preguiça e com quem terminou o namoro por não aguentar mais aquela mesmice.
Logo ele que, ao encontrar com uma das amigas exotéricas, disse que foi ela quem terminou o namoro e talvez o motivo da febre fosse outro, que deveriam levá-la ao hospital e verificar o que realmente ocorria...
Uma forte infecção nos rins era a causa de tamanha e duradoura febre, nada a ver com o Zé Mané nem com dores d’alma.
E ela terá por muito tempo as imagens: boa,  do termômetro marcando trinta e sete, e estranha, do Zé Mané que praticamente salvou sua vida e de suas amigas zennnn... zennnnoção.

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