domingo, 31 de outubro de 2010

Trinta e oito anos e a ousadia infeliz

Trinta e oito anos, três filhos, gerente administrativa de uma grande empresa, segundo casamento, marido bem-sucedido e amoroso.
Mesmo assim, partiu para um romance proibido. Sabia que ele era casado e sem-vergonha, mas resolveu arriscar, pois todas, sem exceção, dariam um dedo para dar pra ele. E foi ela a escolhida.
Discreto ele não era: vários telefonemas, reuniões a portas fechadas, CDs e livros de presentes.
Algumas colegas apoiavam o romance, outras criticavam. Havia também aquelas que diziam: cuide-se, pois eu ouvi a mulher dele dizer que colocaria fogo nos dois se soubesse da próxima.
Aos trinta e oito anos decidiu que poderia ser menos séria do que sempre foi e viver um romance de cinema, com direito a telefonemas na madrugada, endereços de e-mails sigilosos, viagens a negócios e tudo mais, incluindo os presentinhos de toda semana...
Decidiu não acreditar naquela história da mulher colocar fogo nos dois e, ousada, aceitou o convite dele para o aniversário dela.
Chegou na festa e foi aquele disse me disse. A última lembrança foi da esposa dele pedindo-a que fosse até a cozinha e ligasse o fogão para cozinhar o que estava naquela panela que ele levava.
Aos trinta e oito anos ela não tem mais amante, marido, trabalho nem o rosto ousado de antes.
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