terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

De amor à vida, de honra e de Zé Alencar



Ontem eu acabei de ler a biografia de José Alencar, o vice-presidente, escrita por Eliane Cantanhêde, publicada pela Sextante, em 2010: Amor à vida: a saga de um brasileiro.

Abrindo um parênteses digo que adoro biografias, sempre gostei muito e considero de extremo mau gosto essa briga de que pode ou não pode biografia. Inadmissível pensar em censura, mas enfim... não é disso que eu quero falar.

Nem quero falar do livro em si, também. Ler sobre alguém que você sabe que já morreu é complicado, mas no livro ele não morreu ainda. Eliane conta fatos até o início de 2010 e Zé Alencar morreu em 29 de março de 2011. Quase um acalento...

Comecei a ler o livro em 4 de novembro de 2013 às 3 horas da matina (que houve essa noite, minhas gentes??) e terminei exatamente três meses depois: 4 de fevereiro de 2014. Quanto tempo, meu Deus e quanta coisa aconteceu nesse meio tempo, daria um livro aliás...

É realmente impressionante as lições desse homem. Eu fico muito admirada com quem se safa de dificuldades. Não consigo. Quanto mais dificuldades eu tenho, mais fraca me sinto. O Zé Alencar não, quanto mais alguém dizia para ele: não tem saída, ele se virava e dava um jeito. Sobretudo no período em que o câncer brincava de ser dono dele. E ele lá, dando rasteira nessa doença do cão.

Mas meu objetivo mesmo para esse post é, exatamente, falar sobre o que li no final do livro, com enfoque nas últimas frases.

Explico: sempre disse algo às minhas meninas que carrego a minha vida toda; não sei se aprendi de alguém... não me recordo. Não me recordo mesmo!! Parece algo que eu mesma percebi e construí como correto. Algo que sempre foi uma das maiores e mais constantes lições que repassei e repasso para Marina e Laura. Algo a ver com honra. Sempre disse a elas, mais ou menos assim: "a gente tem que sair pela porta da frente, de qualquer situação, seja uma separação amorosa, um rompimento de amizade, uma saída de emprego, porque ao sair pela porta da frente há como voltar um dia, de cabeça erguida, se precisarmos voltar."  Sempre disse isso, não foi nem uma, nem duas, nem três, nem dez vezes, muito mais que isso. Tenho pavor e quero distância de quem não sabe desfazer um negócio ou uma relação afetiva. Pavor!!

E o que leio ontem no final do livro do Zé Alencar? Reproduzo o que Eliane escreveu para vocês verem como estamos ali, juntinhos: ele e eu no que pensamos sobre correção e honra.
"O que eu tenho medo é da desonra, porque um homem honrado não morre nunca, e o homem que perdeu a honorabilidade morre em vida. Pensa que está vivo, mas as pessoas o evitam, não querem conhecê-lo, não querem conviver com ele, fazem questão de dizer que não o conhecem."
Em outras palavras, Alencar estava repetindo o principal ensinamento de seu pai, Antônio, quando ele pediu a bênção, aos 14 anos, para sair de casa e ganhar o mundo: - O importante na vida é poder voltar. (CANTANHÊDE, 2010, p. 364).

Tão bom saber que não estou só!!!

2 comentários:

Vanderley José Pereira disse...

Gostei do texto... Honra, uma palavra de ordem... Mas ser "desonrado" (em outro sentido) vale muito a pena...


Saudades de você minha boUUUa amiga

Rosana Tibúrcio disse...

Ai que Limão safado!!!
Saudade tambééééééémmmm!!!
beijo