terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cinquenta e dois anos e uma "bela" descoberta.

Cinquenta e dois anos, novo namorado e a promessa de que ele seria o último. Afinal, em um ano e meio de viuvez ele era o oitavo homem que se tornara seu namorado/ficante/amante. Logo ela, de uma sem-gracice só, como o falecido marido dizia.
Por que então tantos apareceram? ela se perguntava. Não era rica, morava numa casa comum, tinha boa cultura, falava três línguas, professora aposentada e só.
Mas tinha bons contatos, sobretudo com os ex-colegas e ex-chefes do marido. Ele que trabalhou por três décadas naquela empresa. Interessante é que todos os namorados que arrumara eram daquele meio. Uma amiga chamou sua atenção para esse fato curioso e juntas resolveram investigar. 
E por isso mesmo ela dizia ser aquele, o último. Depois de descobrir o motivo - haveria de ter algum - ela encerraria aquele período "fértil" que não lhe dava tanto prazer assim. Havia mais aborrecimentos que alegria. Quase todos se mostravam, depois de algumas semanas, uns chatos... Apareceram alguns casados também... Ela não facilitava muito uma "vida sexual" e ia, muitas vezes, levando um ou outro em banho-maria. Esses namoros eram os mais duradouros. Que irônico, ela pensava. 
A amiga um dia resolveu seguir o atual-pretenso-namorado-fixo de Silvia - vou chamá-la assim. E Silvia bem poderia fazer parte da minha série nomes e pessoas.  

Voltando ao que interessa, por ora... 
Alguns fatos e cenas não acontecem só em novela, a vida real imita a arte... ou a arte imita a vida? Não importa, mas na vida real, de uma cidade do interior, de porte médio, também acontecem investigações e intrigas. 
E foi no primeiro dia de investigação que a amiga descobriu tudo. O curioso é que os imbecis não tomaram nenhum cuidado. Talvez tivessem chegado à conclusão que se em um ano e meio ela não desconfiara de nada, jamais desconfiaria. 
Mas amiga investigadora faz serviço completo. Pegou o gravadorzinho - elas ainda não tinham desses celulares modernos ou outros aparelhos similares - ligou o aparelho e pronto, toda a conversa registrada: uma aposta entre os colegas do falecido para ver quem pegava a viúva sem graça primeiro, qual seria o seguinte e o seguinte. Uma imbecilidade sem precedentes. A amiga da viúva ficou mais chocada ainda quando ouviu que aquela atitude seria como uma vingança contra o morto que "comera" as namoradas e esposas da maioria.
Aos cinquenta e dois anos ela descobriu, ouvindo uma simples gravação, que fora traída por muitos anos e continuaria sendo traída por mais não sei quantos se não tivesse atinado para o grupo de namorados que arrumara, pós-viuvez.
Hoje Silvia tem sessenta anos, não aparenta a idade que tem, está super bem casada, se veste bem, mora numa casa belíssima. O maridão atual, primo do marido da amiga investigadora, que encontrou assim, por acaso mesmo, é o melhor cliente da empresa onde os babacas trabalham.
Silvia faz questão de ir com ele àquele lugar, vez em quando; de ir nas festas e quando fica perto dos tolos ela não resiste, esquece que já tem sessenta anos e, como uma adolescente, conversa com a amiga sobre a gravação de uma certa conversa entre alguns babacas, numa sala qualquer daquela empresa... Elas riem muito da cara que fazem, pois apesar de não saberem, exatamente, do que se trata, eles sentem que é algo não muito bom para o lado deles. Eles ficam, desculpaêê a expressão: "com o cu na mão". 
E é assim que Silvia e a amiga mantêm o "dossiê" sugerido no item nove deste post aqui... (eu Se divirto).

Cinquenta e dois anos é uma boa idade pra largar mão de ser besta, a mesma idade que eu tinha em 2007, mas isso é tema pra outro post (ou não...rs).     

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