quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nem todo treinamento é positivo*

Bom, quando eu fiquei grávida de minha primeira filha Marina, há muitos anos, ultrassonografia era coisa de outro mundo.
Na minha segunda gravidez, cujo filho abortei espontaneamente, precisei fazer uma ultra, com urgência para constatar se eu havia mesmo perdido o bebê... (dãnnn, perdi).
Alguns anos depois desse primeiro exame que era o ó do borogodó de chique eu, grávida de minha mais nova, a Laurinha, já no sétimo mês de gestação, precisei fazer uma ultrassonografia mais detalhada. A bichinha tava sentada, toda dengosa e, por conta de um histórico do primeiro parto difícil e o tal aborto, fui recomendada a fazer esse exame, pra um acompanhamento mais criterioso e que nos desse segurança.
Quando fui marcar o danado, a atendente me fez várias recomendações, dentre elas para que eu bebesse dez copos de água duas horas antes do exame. Aaacho que foi essa quantidade, não me lembro muito bem. Era necessário que minha bexiga estivesse "bem cheia", ela disse de forma autoritária.
Pois bem, naquele tempo eu não tinha o hábito de beber tanta água como faço hoje. Então, no alto de minha sabedoria resolvi, por conta própria, treinar a beber esses dez copos de água.
Dessa forma eu fiz: ao acordar comecei a beber água até dar os dez copos recomendados. Quando cuidei que não, já estava nas duas horas antes do tal exame. E lá vai a Rosaninha – sábia que só – beber mais dez copinhos d'água.
O pai de minhas meninas sempre me acompanhou nesses exames, mas neste dia ele, por algum motivo, não pôde ir comigo. Minha comadre Osana se ofereceu pra me fazer companhia - eu era e sou ainda muito luxenta com esses babados de hospital.
Ela morava meio longe daqui de casa, então fui até lá buscá-la. Quando desci do carro pra chamá-la, já tava andando meio com as pernas cruzadas de tanta vontade de ir ao banheiro. Eu fui ao banheiro, fiz um xixizinho básico e fomos para o hospital.
Lá chegando, eu só queria um vaso na minha frente, mas comadre dizia: “não pode comadre, a bexiga tem que estar cheia, a moça num falou?”
Bom, depois de 900 horas de espera angustiante, o Dr. especialista chegou para me fazer o tal exame. Eu andava – juro – como se fosse corcunda... de tão apertada que estava. Olhava pra minha comadre e ela morrendo de pena de mim.
Deitei na tal maca e, sem querer, cruzei as pernas. O tal Dr. bem tranquilo me disse: “a senhora pode descruzar as pernas, por favor?” Olhei pra ele – irada – e pensei: “o que a perna tem a ver com a barriga?”, mas pra ele eu só disse: “não dô conta”.
Ele perguntou o porquê e a comadre, vendo minha angustia explicou: “ela tá com muita vontade de ir ao banheiro”. Ele retrucou: “não, não pode, a bexiga precisa estar cheia”.
E ficamos naquele impasse: se não fizesse xixi, não tinha como descruzar as pernas, se fizesse xixi não tinha como fazer o exame.
O tal doutorzinho – ímpio dele – todo irritadinho me disse: “então a senhora desce e vai ao banheiro, mas urina só um pouquinho”. E eu, com a vozinha bem fininha, disse: “tá bom”.
O banheiro ficava conjugado àquela sala... Comadre me arrastou até lá, ficou de fora com o médico. Sentei no vaso – nem pensei em forrar com papel, como sempre fiz, pois pra mim aquele era o lugar mais limpo e confortável do mundo – e pra quê, minhas genteeeeeeeee??? Eu fiz tanto xixi, mas tanto xixi e, com o alívio que eu sentia, havia um misto de nervoso, porque do lado de fora ficaram, o médico e a minha comadre falando: “para senhora, a bexiga tem que estar cheia” “para comadre, senão não tem como fazer o exame”.
Queria nem escutar o que eles falavam, pois o som que eu ouvia, lindooooooooo, era só esse:
“xxxxiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii”.
E a hora que acabou? E pra sair do banheiro?
Eu queria morrer. Pensei: eles vão me matar, mas se eu morrer eu morro aliviada. Deus me livre morrer com a bexiga cheia. Desejo isso pra ninguém, nem pra inimigo.
O tal doutor fez o exame assim mesmo, meio irritadinho e deu tudo certo.
Concluíndo: ou minha bexiga era grande demais e tinha um reservatório ou esse negócio de beber dez copos de água era puro terrorismo que a tal moça lá do atendimento, de voz autoritória, fez comigo...

*originalmente publicado em outubro de 2006 no meu antigo blog "Pura Fama". (republicado agora a pedido, pois num é que tem gente que achou esse caso engraçado e me acha, também... vê se pode??? rs)

8 comentários:

Jorge, FLÁVIA disse...

'Deus me livre morrer com a bexiga cheia.'

era tudo o que eu precisava ler pra dar uma gargalhada e melhorar meu dia...

ahahahahahahaha

ótimo relato de um exame que hj é feito até em cachorros pra ver os filhotes e que na época devia mesmo ser uma coisa super moderna... Adorei!

Bom estar aqui nesse espaço...

saudade de vc, mulher... bjo.

Vera disse...

Você, engraçada? Nããããoo... imagine... ¬¬ Risos.

Acho que nunca vi tanto xixi junto num post só!!

Quando pequena fazia muito xixi na cama? Ahahahahahahahah.



Beijo.

deusadovinho23 disse...

Já fiz este exame e a minha situação foi pior.Quando o medico diz:pode ir no banheiro fazer xixi para o outro exame, eu nem enxergava o tal lugar direito,comecei a urinar no consultorio mesmo.kkkkkkkkk

Priscila disse...

Olá, Rosana!!!! Passei só para dizer que concordo com vc, é um absurdo te acharem engraçada, rs.
(um segredinho: depois que li o "causo" do ímpio, nunca mais usei a palavra ímpeto)
bjo!

Anônimo disse...

uhauhaAUHahuaHUauhaUHahuUHauhAHUauhAHUauhAHUauhAUHAhuhu!!!

Adorei!!!!!

Muito muito muito legal!

Que dó de você com vontade de ir ao banheiro e sendo obrigada a segurar.

Grande abraço!

Luana Portela disse...

DGSAUDSAUKHSAUKLDHUKSDHUSLAKHDSAUKDHASUK LDHULKDHASUKLDHSAUKLD HASUKLHDSA


ADOOOORO, eu tive que fazer esse exame esses dias para doutora ver meus ovários... E foi só 4 copos de água! O.o
Deus que me livre de 10 copos de água!

Thiago Amâncio disse...

hahahahahahhahahahahahahahahaha
acho que foi de tanto a bexiga apertar o neném que ela nasceu bobinha assim!

Rafael Freitas disse...

Eu lembrava disso!

E é até sacanagem dizer, mas eu ri litros!

(litros até tem a ver com xixi nesse caso, não?! haha)