quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

V de "vacilo auditivo"


Quem nunca cometeu um vacilo na vida? Uma bobeira sem tamanho? Eu sou mestra nisso, aliás. Depois que perdi um pouco a audição (é, a velhinha aqui é quase surdinha), os vacilos auditivos são uma constante na minha vida de mulher-que-dialoga-sem-escutar-tudo-que-me-falam.
Ás vezes não tenho paciência para perguntar do quê se trata o assunto, às vezes pergunto, mas não repetem para mim e, por inúmeras vezes, eu acho que entendi e prossigo no papo (eis que aí reside o meu vacilo auditivo).
Sou quase aquela velhinha da praça:
- mãe você fez sopa?
- se eu lavei sua roupa?
Mas o maior deles aconteceu comigo há uns 15 anos, mais ou menos.
Trabalhava no Banco e estava atendendo uma cliente: uma cirurgiã plástica da Cidade, a mais famosa delas, naquele tempo. E ela no maior papo comigo. Quando se referia ao trabalho que eu executava, o tom de voz era firme, normal, e o papo fluía da forma devida. Mas no meio do nada, ela cismou de me fazer uma confidência e aí começou a falar com a voz normal e que depois virou quase um sussurro:
- Rosana, vou te contar uma coisa, mas ninguém pode saber, viu? Sabe fulano kjitg hgtfrdwd ojihut lpmnbe mncye webeihu diegebh ojyf ihufae uegfa... e o caso foi comprido e eu só balançava a cabeça, toda compenetrada, séria, e, confesso, um tanto desesperada para ver se sobrava uma brechinha pra eu perguntar o quê exatamente ela estava falando e sobre quem.
Mas qual o quê!! Parece que ela sentiu firmeza no meu comportamento de mulher-ouvinte-não-abelhuda e, ora falava dos débitos em conta que eu fazia, ora retornava ao tema secreto.
- Mas eu quero então que este débito seja feito no último dia do mês – ela dizia, de forma bem nítida.
- Tudo bem, assine aqui, por favor... mas me diga uma coi... (ela me cortava)
- Então como eu tava te dizendo huhre qihut cnuvr itqdgtgre pkhyfwq ... a danada prosseguia.
E assim, essa historinha ficou, para mim registrada, como o meu maior “vacilo auditivo”, mas para a doutorinha, certamente, eu fui a mulher mais discreta e ideal para se contar um segredo, qualquer segredo, pois jamais eu o relataria a outra pessoa. Guardo uma confidência a sete chaves, moçada... já que, se baixinha a voz, nem eu mesma nunca saberei do quê exatamente se trata qualquer assunto.
Vai ser discreta assim na piiiiii... Rosaninha Tibúrcio.

3 comentários:

Helô disse...

Hahaha. Nun ca tinha ouvido falar de alguém que guarda um segredo que ela não sabe qual é.A confidente ideal.

Anônimo disse...

hahahahaahahhahhaa

Anônimo disse...

Adooooroooo!
Assim fica mais fácil guardar segredos, né mainha?!
haha