sexta-feira, 25 de maio de 2012

Elogio às avessas


A minha intenção é prosseguir na série do livro, mas ando sem motivação para corrigir texto e ficar direitinho. Numa série não se deve brincar... hehehe

Aí resolvi falar sobre algo que me faz rir um tanto bom, mas que, ao mesmo tempo, me deixa preocupada. Falar sobre gente que não sabe como não elogiar. Acha que precisa falar qualquer merda pra ficar bem na fita. E né? não é bem por aí.

Sou vítima de gente que me elogia e depois caga tudo (desculpem-me a palavra, mas não achei outra que representasse merdinha). Ou de gente que elogia algo que visto ou que mostro em uma foto e, de imediato, criticam: a raça dos sem noção. Contar procês, as duas cenas mais recentes envolvendo esse babado.

Cena um.
Estou eu toda faceira com uma blusa que ganhei e que gosto muito. Passei na casa de minha tia para pegar sei lá o quê e ela me disse: "Que blusa bonita, Rosana". E eu, que agora depois de velha, aprendi a receber elogio disse: "obrigada, eu adoro ela também."
A cena podia encerrar por aqui, né? Já tava de bom tamanho. Mas qual o quê?
Eis que a elogiante prossegue: "Essa blusa tá parecendo das blusas que vendem naquela loja daqui de Patos por dez reais; tudo lá é de dez reais, é de lá?"
Olha que eu tive uma vontade medonha de mandar praquele lugar. Mas sacumé? Mais velha que eu, tia, tem que ter respeito. Aí eu disse: "não sei o valor da blusa nem de onde é, se do Rio ou de Brasília, foi a Lena quem me deu." Lena, pra quem não sabe é minha cunhada que vive me presenteando. O detalhe é que ela nunca escolheu presentes pra mim, por valerem dez ou mil reais; generosidade em pessoa, ela escolhe presentes porque acha que dão certo pra mim. E a blusa deu. Ponto.
Mas né, vou explicar tudo isso? Fiz cara de poste e mudei assunto.

Cena dois
Laurinha fez aniversário e resolvemos fazer um café para a família e os amigos que aqui comparecessem. Uma de nossas amigas queridas, a Ana Amélia, deu pra ela o bolo de presente. E aqui em casa é assim, sempre quando há café "comunitário", fulano traz uma coisa, ciclano traz outra coisa, eu compro algo também... mais ou menos por aí.
Além do bolo, havia rosquinhas, bolachinhas, pão de queijo, biscoitos cascudos, todos muito deliciosos. Sem exceção.
Não importa quem trouxe, não importa se foi feito na casa de quem trouxe ou se comprado numa padaria. Tudo trazido com muito carinho por pessoas que gostam da gente.
Tiramos várias fotos e eu postei a foto do bolo no meu facebook. Eis que uma "facebuqueira", resolveu elogiar o bolo. E disse que ele estava lindo mesmo. Bacana, né? Sim, se não cagasse em seguida. Porque, diferente de minha tia, essa postante foi bem mais afoita - mais jovem, também, talvez por isso - e, numa mesma frase, acrescentou o famigerado "mas", sabe como? E depois do mas disse "esse pão de queijo... Jesuis" Assim mesmo, que é pra acentuar a feiura da quitanda (oi???). Coitado de Jesus!!!
Eu tentei brincar com duas frases, mas achei melhor não deixá-las lá, exclui as duas respostas e, claro, a frase da elogiante, também. Porque olha, e se algum amigo que veio aqui em casa lesse aquilo? Alôôôuuu??? Claro que ia ler.

Eu poderia encerrar este post dizendo: esse povo de hoje é muito sem noção. Mas né? A minha tia é bem mais do que de hoje, é de ontem.
E, afinal, povo sem noção é igual gente bobo. Nunca acaba.
Outra coisa bem importante, só pra terminar: não quer ou não sabe elogiar de verdade, cale-se, em vez de cagar uma pretensão ao elogio.


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