Muitos peitos e zíperes

E os peitos desceram afobados... oppps, a moça desceu afobada do ônibus numa dessas paradas antes do ponto final: a rodoviária.
Para quem assistia da janela, assim como eu, foi uma cena bem interessante. A cara do cobrador para a moça que procurava o tíquete das bagagens guardadas no porta-malas era uma piada.

Na verdade ele não olhava sóóó para a moça. Olhava os peitos da moça... que imploravam para serem olhados. Aliás, os peitos tinham vida própria, e voz... pois pareciam dizer ao moço que aguardava o tíquete:  não se afobe. Como??? Afobadíssimo o moço ficou. Afinal, provavelmente ele nunca tinha encontrado tanto peito com tão pouca blusa e tanto zíper numa bolsa só.

E a moça da bolsa bonita, cor de laranja, abriu um, dois, três, quatro, cinco, seis e sete - eu contei - zíperes. A cada zíper aberto a mão da moça dentro da bolsa e a mão do moço quase dentro da blusa da moça. Os olhos já estavam lá. Alojados. Afora os olhos do cobrador, tudo mais estava inquieto: moça, moço, olhos dela, mãos e peitos. Ela porque não achava o papel com as mãos nem com os olhos, ele porque não achava lugar para colocar mãos e tentava desviar os olhos; e os peitos porque mal cabiam na blusa da moça.

Até que o sétimo zíper foi aberto e da mão dele - que coçava a cabeça (de cima) e ao mesmo tempo quase ajeitava os peitos da moça - pulou um dedo para dentro do menor compartimento daquela bolsa cor de laranja e o moço falou para a moça - leio lábios: "aqui ó".

E a cena prosseguiu com todos esbaforidos: o moço que seguia para o ônibus olhando para trás, a moça que ajeitava a blusa e fechava os sete zíperes da bolsa... não sem antes pegar alguns objetos que tinham caído no chão. Que trapalhada!!!!

Fiquei com pena do cobrador que não viu essa última cena. Ou viu, sabe-se lá... porque quando olhei para dentro do ônibus o moço olhava em direção à moça que seguia desordenadamente carregando duas malas, bolsa, zíperes e peitos.